A história de Genji, informações e curiosidades desta obra
Também conhecido como O Romance de Genji ou O Conto de Genji, é uma obra clássica da literatura japonesa, foi escrita entre os anos de 1.005 a 1.014, no início do século XI, por Murasaki Shikibu.
Uma obra que transformou a vida de todos os membros da elite na época, bem como a forma como começaram a se engajar no mundo e conduzir as suas vidas. A história torna-se importante no estilo de decoração da época, nos enxovais das noivas, nas roupas da aristocracia, nos figurinos teatrais até mesmo nos utensílios do dia a dia, todos queriam ter o estilo trazido pela obra. Em uma comparação com a atualidade seria como a influência que as novelas, filmes e séries exercem no modo de vida e consumo da sociedade.
Inicialmente escrita com uma linguagem mais rebuscada e arcaica, foi modificando-se com o passar do tempo para uma linguagem de mais fácil entendimento.
A história na atualidade originou diversas versões de mangás, o que a tornou muito mais acessível para a nova geração de leitores.
Quem foi sua autora
Murasaki Shikibu era uma dama de companhia e uma mulher fidalga e começou a escrever o livro quando visitou um templo budista que ficava na região de Kyoto, chamado Ishiyamadera, esse lugar segue sendo até os dias de hoje um local de peregrinação budista.
Na obra em si não aparece a sua autoria, no entanto no livro Diário de Murasaki Shikibu são encontradas várias histórias que explicam alguns fatos relatados no livro A História de Genji. A teoria é a de que a autora teria escrito os capítulos 1 até o 33 e que os demais foram escritos pela sua filha Daini no Sanmi, uma poetisa japonesa.
De que trata A história de Genji
Um enredo que se baseia na vida de Genji (hikaru Genji), filho de um imperador, narrando os fatos passados desde a sua ascensão e a sua queda política, quando teve o seu status rebaixado para o de cidadão comum, até a sua volta à corte. Uma história recheada de romance passados dentro dos vários contextos e regiões do país, a história de Genji continua mesmo após a sua morte, quando passa a contar a saga dos seus descendentes.
Um narrativa que se extende pelo tempo, iniciando-se com a história da vida de Genji, que teve Murasaki como a sua companheira durante toda a sua vida até a narrativa da história dos seus descendentes, como quando, já no final do livro, traz o relato no conto de Ukufine, uma jovem que cruzou o rio Uji em uma embarcação com o seu amante, o príncipe Niou, neto de Genji.
Contexto literário
Um livro que foi dividido em 54 capítulos com histórias divertidas sobre as relações românticas de Genji e a esplendorosa época do período Heian, durante os anos de 794-1.185.
Muito mais do que um romance é considerada também uma obra política e social, trazendo ainda outros aspectos como: a filosofia budista, teoria da estética, guia de comportamento além de conhecimentos sobre a natureza do ser humano. Ter uma temática tão variada fez com que a obra obtivesse um grande sucesso nos mais diferentes meios: entre os aristocráticos, os budistas, os comerciantes, os militares, bem como entre a classe burguesa.
Muitos o consideram o primeiro romance da história
É considerado por muitos como sendo o primeiro grande romance da literatura no mundo todo, no entanto essa é uma questão ainda bastante controversa, tendo em vista que muitos alegam que a obra não poderia, por alguma de suas características literárias, nem sequer ser considerada um romance, não podendo consequentemente ser reconhecida dessa forma.
Independentemente disso, o fato é que não se pode negar a sua importância na literatura japonesa, tendo o reconhecimento por parte de diversos autores e citados até mesmo durante um discurso proferido por Yasunari Kawabata (romancista), no Prêmio Nobel, onde ressaltou que até os dias atuais não há nenhuma obra como A História de Genji.
As obras de Murasaki Shikibu são consideradas material de leitura essencial nas escolas do Japão. Tamanha foi e continua sendo a sua importância nesse país que foram emitidas notas e dois mil ienes, com imagens do livro que foram ilustradas no século XII, como uma forma de homenagear essa obra tão espetacular.